Os 5 filmes favoritos da PIXAR



           A PIXAR é um dos maiores estúdios de animação do mundo e está associado à marca Disney, por pertencer à Walt Disney Studios e aos inúmeros filmes que já desenvolveram juntos. A Pixar foi fundada em 1986, mas o seu primeiro filme só sai em 1995, intitulado Toy Story, e que viria a mudar a forma de criar filmes de animação.

            Para todos aqueles que nasceram desde os anos 90 é impossível olharem para a infância e não se lembrarem de um filme da Pixar que os tenha marcado. A Pixar, embora muitas vezes confundida com a Disney, é uma marca que está registada em todos aqueles que cresceram a ver os seus filmes. Ver a inovação de Toy Story e observar os bonecos com uma nova perspetiva, ou para os insetos com sentimentos e quase humanizados em Uma Vida de Insecto, ou para super-heróis como uma família igual a todas as outras em Os Incríveis, ou para os carros e pensar que estes têm vida em Carros, foram momentos que, de alguma forma, diferenciaram a vida das crianças e até mesmo dos adultos que viram os filmes da Pixar.

É verdade que o estúdio tem uma forma base de criar as histórias e que por isso pode ser acusado de falta de originalidade, mas a verdade é que todos os seus filmes têm sucesso nas bilheteiras e agradam ao seu público alvo. Essa forma base é a humanização das coisas. Começou em Toy Story com os brinquedos, passou para os insetos, foi aos monstros e saltou para os carros. Não se contentando com isso, foi também aos ratos e, mais recentemente, apostou na representação mais humana das emoções e da própria alma. Sim, é verdade que a Pixar tem uma maneira base de construir os filmes, mas é uma marca que tem mais que sucesso e através disso consegue passar mensagens fortes e emotivas que tanto servem para as crianças como para os adultos.

            Agora que já foi feita uma pequeníssima introdução ao estúdio e dei a minha opinião sobre este, vamos passar ao que importa: a lista dos 5 filmes favoritos da Pixar. Relembro que tudo neste blog é baseado na minha opinião pessoal e não profissional e como tal esta lista ainda mais pessoal é e, por isso, pode ser contrária às diferentes opiniões. A lista começará no 5º lugar e à medida que nomeio os lugares farei uma pequena análise e darei a explicação do porquê desse lugar. Como é óbvio, a nostalgia será um fator importantíssimo, mas não único, sendo que serão analisadas a animação e, mais importante, a mensagem/história. No que respeita a filmes que façam parte de uma franchise, só irá contar um filme dessa cadeia de filmes.

 

            5º Lugar: Os Incríveis

 



Uma família com superpoderes que se tem de manter no anonimato depois de os super-heróis e o seu trabalho ser considerado ilegal. É então que estes são chamados a combater um vilão que pretende derrotar o Sr. Incrível, pai da família.

 

         Este filme marca a minha infância, e estará sempre na minha memória a ida ao cinema ver o filme. Os Incríveis não é mais um filme de super-heróis como muitos outros que existem. É feito para toda a família, em que os protagonistas não nascem das BDs e que, na realidade, retrata a vida de uma família normal, mas desta vez com superpoderes. O filme é realizado e escrito por Brad Bird e é um dos filmes que para além de ser produzido pela Pixar, pertence também à Walt Disney Pictures.

         Os Incríveis, na sua animação, têm um selo Pixar. Com isto refiro-me ao cuidado com os detalhes, com as texturas e com os movimentos. Este filme é cheio de ação e movimentos rápidos, com lutas e momentos em que é necessária uma atenção aos pormenores. Ao existir uma personagem que tem supervelocidade ou outra que se pode tornar invisível, é necessário saber gerir a animação de maneira a que nada surja fora de sítio ou sem qualidade. Mesmo com personagens como a Mulher Elástica, em que desafia as leis da física e, através do seu corpo, consegue tornar-se num barco ou num paraquedas, os realizadores e animadores puderam “brincar” com o chamado normal e alterar as animações.

            Os Incríveis marcam também a diferença ao ser um filme de animação sem uma música original cantada, como costuma ser comum nas longas metragens da Disney, mas não tanto nas da Pixar, tendo apenas uma trilha sonora original e que se encaixa perfeitamente no filme, dando até semelhanças com a trilha dos filmes da Missão Impossível.

            Este filme marcou a minha infância e estará sempre nas minhas memórias, até mesmo o facto de ter de esperar 14 anos para finalmente ter a tão esperada sequela, que apesar de não ser tão boa quanto o primeiro filme, serviu para rever personagens antigas e tão importantes.

 

            4º Lugar: Soul

           



Joe Gardner é um professor de música apaixonado pelo jazz e que não vê no ensino a sua paixão. Depois de finalmente ter sido aceite para tocar com uma banda, Joe sofre um acidente, antes do concerto, levando a que a sua alma seja separada do seu corpo. Com a intenção de poder tocar e se sentir realizado, Joe faz de tudo para poder voltar, e é durante esse tempo que encontra uma alma que tem como objetivo o contrário: nunca encarnar num corpo. Ambos têm de se ajudar de forma a atingirem os seus objetivos.

 

            O único filme nesta lista que já tem uma crítica no blog (o link vai estar no final da publicação). Apesar de ser muito recente (2020), é um filme que não me deixou indiferente e rapidamente se tornou num dos meus favoritos da Pixar e que olho para ele como um dos melhores já criados. Soul conseguiu inovar em diferentes níveis, afastando-se das comparações com Divertida-Mente. Este é um filme que não se pode defender com o fator nostalgia e saudosista, mas mesmo por isso o torna único e de grande qualidade. Um filme com menos de um ano e que já é considerado por muitos como um dos melhores filmes da Pixar e de animação de sempre. Soul é um filme realizado por Pete Docter e co-realizado por Kemp Powers.

A animação é detalhada, sendo que um olhar cuidadoso vai reparar em detalhes impressionantes e que só servem para que a animação deste filme seja vista como perfecionista. Foram misturadas técnicas 2D com 3D e esta mistura deu um novo modo de animar e criou momentos bastante interessantes e engraçados.

Apesar da animação detalhada e bastante desenvolvida, o ponto forte do filme, a meu ver, é a mensagem. Não nos podemos esquecer de que a Pixar é um estúdio de animação que cria filmes a pensar nas crianças, porém as mensagens que têm colocado nas suas longas metragens nos últimos anos relacionam-se cada vez mais com os adultos e só vêm demonstrar que não existem filmes exclusivamente para crianças e que num filme de animação conseguimos aprender quase tanto ou mais do que num filme live action. A mensagem sobre os prazeres da vida é lindíssima e está contada de uma maneira simples, sem que seja necessário pensar demasiado e que, ao mesmo tempo, nos permite relacionar com ela.

Apesar de ser um filme recente, Soul já se encontra entre os meus favoritos, muito devido à mensagem e pela sua inovação. Esperemos que o tempo seja simpático com ele e, assim como muitos outros filmes da Pixar, que envelheça bem.

 

3º Lugar: Monstros e Companhia

 



Num mundo onde os monstros têm de assustar as crianças para obter eletricidade, dois deles acabam por se afeiçoar a uma criança que é trazida para o seu mundo e que tem de ser escondida pelo bem dela e dos dois monstros.

 

Monstros e Companhia é um filme de 2001 e, assim como Soul, é realizado por Pete Docter. Monstros e Companhia é um outro filme que marcou a minha infância e que já vi mais vezes do que as que consigo contar. Sendo um filme de animação que vi enquanto criança, ainda o vi dobrado, e quem o fez assim como eu certamente se lembra da excelente dobragem de João Baião enquanto Mike Wasovsky. Há ainda bastantes frases do filme de que me recordo e que sempre que revejo sou obrigado a dizer. Monstros e Companhia, posso dizer com toda a certeza, foi um dos meus filmes favoritos de toda a infância.

A animação do filme pode não ser a melhor, tem alguns problemas com as personagens humanas e os monstros não têm grande textura, no entanto, entrega tudo o que promete. Uma grande aventura com um desenvolvimento de personagens bem feito e várias sequências de ação muito bem feitas. O momento de luta entre Sully e Randall, onde este último, através da sua camuflagem, cria momentos bastante interessantes.

Já Mike e Boo trazem uma vertente cómica: um através dos seus diálogos e pela sua personalidade; o outro, mesmo sem ter diálogos, pelas situações em que coloca os protagonistas, sendo uma rapariga inocente e despreocupada e que os dois monstros, seres que nunca interagiram com um humano, não se sabem comportar nem lidar com a criança.

Monstros e Companhia tem um dos momentos mais ternurentos e, ao mesmo tempo, tristes da Pixar e que com certeza fez muitas crianças chorar na altura da sua estreia. O momento da despedida de Sully e de Boo é um momento de encher o coração e de limpar as lágrimas. Essa sequência só consegue ser feita e ter resultados uma vez que toda a relação deles é construída de maneira exímia ao longo do filme, começando no medo e acabando em amor, tendo momentos de salvação e terror pelo meio. Todos nós desejámos que quando a Boo abrisse a porta, o Sully lá estivesse, mas as simples imagens do armário, juntamente com a reação da criança, tiram essa esperança sem serem necessários diálogos.

Monstros e Companhia acabou por receber uma prequela, intitulada de Monstros: A Universidade, passados 12 anos, um filme que explicava o começo da amizade entre os dois protagonistas.

 

2º Lugar: Coco




Miguel é um rapaz que adora música e de uma família que a abomina e proíbe. Quando descobre quem é o seu bisavô, Miguel entra acidentalmente no mundo dos mortos e decide ir procurá-lo.

 

            Coco, tal como o Soul, é um filme recente que entra diretamente para a minha lista dos 5 filmes favoritos da Pixar. Exibido nos cinemas pela primeira vez em 2017, é realizado por Lee Unkrich, realizador de Toy Story 3, e co-realizado por Adrian Molina. Coco foi um filme que rapidamente foi alvo de críticas positivas, e o galardão de melhor filme de animação nos Oscars de 2018 foi quase automaticamente reservado, assim como o prémio de melhor canção original. Coco também ganhou o BAFTA e o Globo de Ouro de melhor filme de animação.

         Coco é um filme cheio de cor e vivacidade, apesar de retratar o mundo dos mortos. As cores quentes das pontes e de todos os enfeites das casas contrastando com o preto da noite, e ainda os brancos dos esqueletos que estão pintados com cores mais alegres e coloridas.

            O que admiro em Coco não é a animação nem as cores, apesar de estas estarem fantásticas, mas sim a história e a forma como a música é inserida.

A música em Coco é composta de maneira perfeita, fazendo com que todo o filme tenha música e não se torne maçador. As músicas icónicas de Coco, como a “Remember Me”, fazem lembrar filmes da Disney como o Tarzan, Mulan, Hercules ou mesmo o Rei Leão, que estão cheios de músicas que conhecidas e bastante populares.

Em relação à história, esta é belíssima, sabendo abordar um tema tão pesado como a morte num filme de animação e muito apontado às crianças. Coco é mais um filme com o qual é impossível ficar indiferente, principalmente enquanto mais velho, pois fala de uma realidade pela qual todos já passaram e que irão passar, que é a morte de alguém querido e que irá para sempre ser relembrado. Apesar de estar relacionado com a cultura mexicana, nomeadamente o Dia dos Mortos, este filme é capaz de ser relacionado com qualquer religião, ideal ou cultura, pois a sua mensagem é mais do que uma ideia de morte, mas sim de lembrança, saudade e amor.

Coco é um filme de animação cheio de temas que poderiam ser considerados fáceis, como são a família e o amor, mas a forma como estes são retratados e inserem a morte tornam o filme especial, sendo que conseguem colocar a despedida de um elemento como algo sentimental e bonito, não tornando o ambiente pesado e demasiado triste.

 

1ºLugar: Toy Story

 



Woody, um boneco Cowboy, era até então o brinquedo favorito do seu dono, mas tudo mudou quando este chega a casa com um novo brinquedo de um guerreiro do espaço, Buzz Lightyear. Woody trama Buzz para que este desapareça, mas é nesse momento que percebe a importância deste e que o tem de ajudar, criando assim uma ligação de amizade entre os dois.

 

Toy Story é muito mais do que um filme de animação sobre brinquedos, é uma história de amizade e de descoberta. Toy Story foi realizado por John Lasseter e foi o primeiro filme de animação a ser totalmente feito através de computorização. Este filme veio inovar a maneira de animar o cinema. A introdução desta nova forma de animar trouxe inovação e uma nova maneira de olhar para a animação. É claro que atualmente a animação é vista como não sendo nada de especial e tem falhas, como o caso das personagens humanas, que são pouco desenvolvidas e têm todas o cabelo curto, mas isso deve-se à complexidade da animação na altura. Os cabelos não eram tão detalhados e demoravam muito tempo a produzir, as texturas eram praticamente impossíveis de serem representadas e os detalhes não podiam ser minimalistas, pois os custos e o tempo de produção iriam ser gigantes.

Apesar de todos esses entraves, o filme é uma obra de arte que envelheceu bem e que continua a ser visto tanto pelas crianças como por aqueles que o viram na sua idade mais jovem. Toy Story é o filme de animação favorito de muitas pessoas, e percebe-se o porquê. Um filme de 1995 que continua bastante recente e que já sofreu alterações para a sua modernização ao longo dos anos.

Toy Story é dos filmes que mais fator nostálgico possui. Está entre os meus favoritos de sempre e terá sempre um lugar reservado nas memórias. Quem é que não se lembra do grande tema do filme, “You've Got a Friend in Me” e não sabe pelo menos o refrão? É um filme marcante para um grande número de adultos que o viram enquanto crianças e cresceram a ver a evolução do Woody, do Buzz e dos restantes brinquedos.

O filme recebeu mais três sequelas que foram sempre feitas com bastante perfeição e que serviram para que as várias gerações se ligassem com a história. Em 1999, saiu o Toy Story 2, no qual acrescentaram novas personagens, como a Jessie, e em 2010 um dos melhores filmes de animação de sempre, o Toy Story 3. Este último só não foi considerado para a lista para não ocupar mais um lugar, pois o filme é um choque emocional e uma realidade que todos atravessámos, que é o crescimento. A forma como a franchise é construída, para que o Andy vá crescendo ao mesmo tempo que as crianças que viram o primeiro filme, cria uma ligação e faz com que as emoções trazidas com o filme sejam comparáveis com as da vida real do espetador e que este sinta de forma ainda mais intensa os problemas dos protagonistas. Em 2019, a Pixar lançou o Toy Story 4, que se tornou mais um êxito e, mais uma vez, conseguiu criar momentos fortes e de aperto.

A franchise do Toy Story é merecedora de uma critica única e a isso terá direito na altura certa. Será uma crítica aos quatro filmes, com a explicação dos pontos fortes de cada um e as razões que levam a que a série de filmes seja das melhores do cinema e, principalmente, de animação.

 

Menções Honrosas:




Não posso terminar a lista sem referir outros filmes da Pixar que me marcaram e que são também eles muito bons e que merecem um espaço dentro da lista. Esses filmes são o Carros, Uma Vida de Insecto e ainda À Procura de Nemo. São mais três filmes que marcaram a minha infância e que têm detalhes de animação muito bons, quer seja através das luzes e dos movimentos dos carros, quer seja através dos detalhes do vasto mar, ou mesmo a miniatura da vida de forma a mostrar o mundo visto por um inseto.

 Link para a crítica ao Soul (2020)

João Maravilha

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